Chat-GPT, 5G, Inteligências Artificiais, Automação são termos cada vez mais frequentes nas conversas sobre as rotinas de trabalho. Mas os servidores públicos correm o risco de serem substituídos por máquinas?

A criatividade e a sensibilidade humanas são qualidades essenciais para a execução das atividades jurisdicionais promovidas pelo Poder Judiciário. Elas permitem que os profissionais do direito possam compreender as demandas e as necessidades dos cidadãos que buscam a tutela jurisdicional, bem como oferecer soluções adequadas e efetivas para os conflitos.

Os servidores judiciários são insubstituíveis, pois possuem conhecimentos específicos e habilidades práticas que não podem ser substituídas por sistemas eletrônicos.

Os atendimentos exclusivamente eletrônicos não suprem o sentimento de justiça que os tribunais devem promover, pois eles não conseguem captar as nuances e as emoções que envolvem cada caso. Além disso, o uso indiscriminado de tecnologia, pode gerar distanciamento, frieza e desumanização no trato com as partes e os advogados. Por isso, é fundamental que os gestores valorizem o trabalho dos servidores da justiça e reconheçam a importância da criatividade e da sensibilidade humana na execução das atividades jurisdicionais.

Tecnologias como ferramentas de empoderamento

A tecnologia, todavia, pode ser uma aliada dos servidores públicos, pois facilita e agiliza o trabalho, reduzindo custos e melhorando a qualidade dos serviços prestados à sociedade. Alguns exemplos práticos:

 – Chatbots: são programas de computador que simulam uma conversa humana por meio de texto ou voz. Eles podem ser usados para atender ao público, esclarecer dúvidas, fornecer informações, orientar sobre procedimentos e encaminhar demandas para as unidades competentes. Os chatbots podem funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana, o que reduz o tempo de espera e o congestionamento dos canais de comunicação. Além disso, os chatbots podem aprender com as interações e se aperfeiçoar continuamente, oferecendo respostas cada vez mais precisas e personalizadas.

Inteligências Artificiais: são sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente exigem inteligência humana, como reconhecimento de padrões, análise de dados, tomada de decisões e resolução de problemas. Elas podem ser usadas para auxiliar os servidores na produção de documentos judiciais, na execução de mandados e na elaboração de minutas de decisões judiciais. As inteligências artificiais podem processar grandes volumes de informações, identificar inconsistências, sugerir soluções, gerar relatórios e alertas, e otimizar processos. Além disso, as inteligências artificiais podem se adaptar a diferentes contextos e cenários, proporcionando maior eficiência e qualidade.

5G: é a quinta geração de tecnologia móvel, que promete oferecer velocidades muito maiores de transmissão de dados, menor latência e maior capacidade de conexão. Ela pode ser usada para melhorar a infraestrutura de comunicação dos tribunais, permitindo o acesso remoto aos sistemas e aos dados, a realização de videoconferências em alta definição, a integração entre diferentes dispositivos e plataformas, e a implementação de novas soluções tecnológicas. Além disso, o 5G pode possibilitar uma maior inclusão digital e social, ampliando o alcance dos serviços judiciários para as áreas mais remotas e carentes.

Essas tecnologias podem trazer diversos benefícios para os servidores públicos, como maior produtividade, segurança, economia, satisfação e reconhecimento. No entanto, elas não devem ser utilizadas para tentar substituir o aspecto humano dessas atividades, mas sim complementá-lo e valorizá-lo. 

As servidoras e os servidores públicos são profissionais qualificados, comprometidos e éticos, que desempenham um papel fundamental na garantia da justiça e da cidadania. As tecnologias devem ser usadas como ferramentas para potencializar as suas capacidades e competências, respeitando as suas singularidades e necessidades.